segunda-feira, 25 de agosto de 2008


Grupo Terapêutico: TRIAMBAKAM

Utilizamos música, bioenergética, terapias complementares, Yôga e teatro para através destas artes ritualizar a vida cotidiana. O Grupo é um espaço sagrado, mítico, possibilita transformar homens em deuses, atores, arteiros, brincantes. Entramos em contato com nossa essência desafiando a lógica do tempo cronológico, linear, criamos uma pausa acelerada para olhar para si e ver o outro.
Estamos perdendo a capacidade primitiva e essencial do ser de compartilhar uma sensação com outro ser, rir, cantar, sentir, tocar a si e ao outro. A terapia pode ser vivenciada como um rito que desperta essa capacidade de integração devolvendo aos sujeitos sua originalidade primal.

Todos nós: Investidores!

Os produtos que nos chegam como alimento hoje são plantados, transportados, processados, embalados, transportados novamente e vendidos não sabemos muito bem, ou nada bem: por quem; como e de onde vêm. Até a composição do alimento, que por lei deve ser descrita no rótulo, fica cada vez mais confusa. Mas, a resposta está cada vez mais simplista, ou seja, quase tudo o que comemos, foi plantado em uma monocultura ( hectares e hectares plantados com a mesma espécie) e que, por isso, exige uma quantidade cada vez maior de agrotóxicos (produtos químicos artificiais que não se decomporão tão cedo, acumulando-se no ambiente, no seu corpo e no dos animais). Transportados a longas distâncias, poluindo o ar. Processados e embalados em indústrias, provavelmente multinacionais que do Brasil usam: os recursos abundantes, a mão de obra barata e o mercado com menor nível de exigência e daqui levam: muito dinheiro para seus países des-envolvidos ficarem ainda mais “desenvolvidos”. Transportados novamente a longas distâncias poluindo pela estrada fora. E finalmente vendido ao consumi-dor em supermercados talvez de alguma rede multinacional, como o Wall-Mart que comprou a marca Nacional no Rio Grande do Sul e mantém, surpreendentemente, o mesmo nome!
Mas, eis que no fim do túnel reluz uma esperança, são os orgânicos, os alimentos orgânicos, ou seja, alimentos produzidos sem agrotóxicos, em pequenas propriedades e com diversidade, alface com tomate e rúcula, mais agrião e também com milho e ainda os chás, uma festa da biodiversidade, que não esgota a terra por não exigir muito, por muito tempo dos mesmos elementos do solo como a monocultura. E mais do que produzir alimentos mais saudáveis e nutritivos às pessoas o sistema é mais humano para quem está envolvido, são famílias, associações, cooperativas trabalhando em organizações horizontais, onde a renda é, em geral, melhor distribuída. É uma nova sociedade que germina com objetivos mais saudáveis também.
Cada produto que compramos tem uma história, trás uma energia agregada dos processos e das pessoas pelas quais passou. A próxima vez que comprar, pense, em qual país, ideologia e tipo de sociedade você está investindo seu dinheiro feito com o tempo da sua vida.
Em Itajaí aconteceu no dia 9 de agosto de 2008 a I Feira Agroecológica em Itajaí, uma grande conquista! E mesmo com a chuva forte que não deu trégua foram muitos os visitantes e compradores na feira! O Triambakam contribuiu apresentando uma esquete de Teatro- Fórum sobre o conflito entre a mãe que queria fazer compras no supermercado e estava atrasada para o cabeleireiro e sua filhinha que queria que a mãe fizesse as compras na feira agroecológica, já que aprendeu na escola que os agroecológicos são mais saudáveis!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Como seria um mundo baseado na doação?


A evolução de um conceito novíssimo e mais que urgente o Biocentrismo é o a mudança de foco, mais literalmente de centro, deixar o lucro, o poder e a competitividade para subir o próximo degrau, ter a vida, toda vida como centro, não só dos humanos, não só dos humanos de alta renda.

O Trabalho

As pessoas fariam o que gostam, praticando seus dons e seus desafios de evolução. Baseado na consciência de que se faria o necessário para o bem estar social. Como o necessário não é muito o tempo de trabalho seria muito reduzido (2 horas). As relações de trabalho seriam de cooperação.
Acostumados a uma infinita gama de possibilidades, viver com o necessário para o bem estar pode soar pouco, mas refletindo melhor, nossas necessidades básicas são satisfeitas hoje? E nem pergunto isso pensando em pessoas que dispõe de baixa ou nenhuma renda para viver, que são a maioria, não esqueçamos, me refiro a um cidadão de classe média mesmo e até alguns mais abonados. Quem tem suas necessidades alimentares realmente satisfeitas com todas vitaminas e sais minerais dentro das doses mínimas diárias recomendadas? Quem faz atividades físicas em quantidade e qualidade para manter o corpo em perfeito funcionamento? Quem descansa o suficiente para recompor as células, as energias? Quem tem lazer, prazer, contato com a natureza em para satisfazer o emocional e até o espiritual? Por favor me avise se for um desses contemplados é um caso raro digno de estudo.
Agora leia de novo: trabalhar o suficiente para gerar o bem estar social, que começa com o seu próprio: escolhendo seu trabalho com ótimas condições de trabalho, horizontalidade nas relações e mais autonomia para decidir como e o quanto trabalhar. Não são poucas as vezes em que menos é mais. O atual sistema em que vivemos funciona o tempo todo para disseminar ideologias como: “Mais é mais” e “Tempo é dinheiro” a serviço dele mesmo e de alguns que pensam que ganham com isso. Até ganham, barriga, superficialidade, falsidade, compulsões, relações por interesse, karma e algumas cositas más.

O trabalho seria destinado a manutenção da vida, do prazer, do bem estar.

As ciências se uniriam entre si e com a espiritualidade e a arte. O foco seria a vida.

Hoje a maioria das pessoas trabalha unicamente em função do salário para seu sustento e acúmulos. Se fosse dito a elas que não iriam mais receber o salário no outro dia ninguém praticamente iria trabalhar porque não fazem o que gostam ou que julga importante.

As relações são estressantes, pois o foco é o lucro, a competitividade, produção, eficiência. O valor das pessoas está diretamente relacionado com o quanto em dinheiro que elas recebem.

Todos querem receber mais dinheiro para valerem mais, aumentar seu status quo.

Num mundo baseado na doação, a organização do trabalho, das empresas, etc. seria diferente. Algo próximo o que temos hoje a cooperativas e associações.

O trabalho seria muito mais produtivo, pois seria feito com prazer e consciência de sua função social e individual.

Não existiriam doenças do trabalho, porque as pessoas teriam a liberdade de trabalhar quanto quisessem. Como ter doença fazendo o que gosta o tempo que achar necessário?

E a felicidade brotaria com muita mais facilidade. Imagine trabalhar só com o que se gosta num mundo onde todos fazem o que gostam. Seria o êxtase. Não é o que queremos?

O trabalho seria libertador ao invés de exploratório.

Extinguiria-se mercados relacionados com a destruição da natureza, o acúmulo e o medo. Para que rede bancária se tudo é doado? Para que segurança se todos temos abundância? Para que acumular se existiriam locais apropriados para compartilhamentos de todos os matérias, serviços. Quantas vezes você usa sua chave de fenda, seu DVD, sua máquina de lavar roupa, seu jogo de jantar para ocasiões especiais, seu xadrez, CDS, livros, brinquedos por semana?

Teríamos mais tempo para usufruir as artes, natureza, família, amigos e outras possibilidades nem pensadas.

A educação.

A maioria dos pais manda seus filhos para escola para que eles tenham uma profissão, para ter um emprego, para ganhar um salário, para que fique rico, para que seja o melhor.

Num mundo de doação as crianças iriam para a escola para se auto-conhecerem, conviver, descobrirem e aprimorarem os seus dons.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008


Para uma Eco-nomia Cotidiana e uma vida feliz para todos os seres


SABÃO LÍQUIDO
400g de sabão de coco ou glicerina
5 litros d´água./ Suco de 4 limões / 4 colheres de sopa de amoníaco (de farmácia, ler as instruções do rótulo). Dissolver os pedaços de sabão ralado ou picado em 1 litro de água fervente. Adicionar 4 litros d´água junto com o suco de limão e o amoníaco.
GUARDAR EM GARRAFAS. Garrafa de água de 5 litros é o ideal.


DESINFETANTE
5 litros d´água / 750 gramas de sabão de coco
50 gramas de sal amoníaco (ou meio copo de amoníaco líquido ou um copo médio de hidróxido de amônio).
Ralar o sabão coco e dissolver num pouco de água fervente. Quando esfriar junte o resto da água e o amoníaco.
GUARDAR EM GARRAFAS. Garrafa de água de 5 litros é o ideal.


DESINFETANTE PARA BANHEIRO
1 Litro de álcool / 4 litros de água / 1 sabão / 50 gotas de essência de Eucalipto comprado na farmácia ou feito da seguinte maneira: (colocar um punhado de folhas de eucalipto em álcool por dois dias). Depois usar. Dissolver os pedaços de sabão ralado ou picado em 1 litro de água fervente. Após esfriar, juntar os 3 litros com a essência de Eucalipto.
GUARDAR EM GARRAFAS. Garrafa de água de 5 litros é o ideal.


AMACIANTE DE ROUPAS
5 litros d´água / 4 colheres de glicerina / 1 sabonete ralado / 2 colheres de sopa de leite de rosas. Ferver 1 litro de água com o sabonete ralado até dissolver.
Acrescentar mais 4 litros de água fria, a glicerina e o leite de rosas. Mexer bem até misturar.
GUARDAR EM GARRAFAS

O amoníaco e o sal amoníaco são encontrados em supermercados, farmácias ou lojas especializadas.

Fonte: ALGA, ONG de Caxias do Sul.

Para afastar TRAÇAS use pimenta do reino moída.

Para afastar os CUPINS: Utilize aromatizador de ambientes feito com álcool de cereais e óleo de laranja, borrifar na casa ou no móvel atingido cerca de uma vez por semana, até desaparecerem os cupins.*

Para evitar o MOFO: Utilize aromatizador de ambiente feito com álcool de cereais e óleo essencial de vetiver, borrifar frequentemente no local atingido.*

*Fonte: Portal da Mãe Terra (Gilberto). Eles vendem os aromatizadores na feira ecológica na José Bonifácio, em Porto Alegre, aos sábados pela manhã.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Pais e Filhos

Por Míriam Schnomberer de Souza - Psicóloga Triambakanica

Nossos pais são filhos, nossos filhos serão pais. Como dizia o poeta: "são crianças como você o que você vai ser quando você crescer..." Crescer, esta é uma condição da raça humana estamos sempre crescendo. Nos modificamos, adaptamos, estruturamos, desestruturamos, o tempo inteiro evoluímos. Nossos pais são nossas primeiras referências, nossa mãe foi certamente o primeiro ser humano a nos olhar nos olhos e nomear nossa existência e a partir deste momento foi simbolizado o nosso eu. Podemos discordar dos nossos pais e rejeitar a identidade que eles moldaram para nós, cômoda, fixa, cheia de boas intenções, mas vazia, tal como o casulo não servindo mais para a borboleta pronta para alçar vôo com sua nova existência é abandonado. Mas mesmo rejeitando o casulo precisamos dele para crescer e esquecer que um dia fomos uma lagarta desforme, que precisou de cuidados para a metamorfose se completar.
Os valores que hoje aceitamos ou negamos vieram destas figuras parentais que nos constituíram e são parte vivas e partes imagos em nossa mente. Os pais reais e os pais da nossa fantasia formam em nossa psiquê o primeiro elo social, o nosso pacto de socialização onde pagamos com nossa vida e originalidade, este é o preço, o privilégio de gozar da vida em sociedade.
O ser humano é um ser gregário por natureza, precisa do outro para viver, viver não sobreviver. Optamos em sobreviver, criamos regras, direitos e deveres a serem cumpridos e que certamente beneficiam uma minoria que está muito bem obrigado. Nossos pais reproduzem aquilo que aprenderam quando filhos e repassam para nós sem questionamentos as regras do jogo, porque eles desejam profundamente que neste jogo nos tornamos vencedores. A pergunta que faço é: Estamos felizes jogando? Você deseja que seu filho seja um vencedor, e irá reproduzir no papel parental as regras que aprendeu com seus primeiros objetos de amor e depois na escola, e na vida em sociedade. Mas, e a felicidade? Existem estudos que tentam comprovar que a felicidade assim como a liberdade não existem são criações da mente humana, meras ilusões. Mas eu ouso em questionar tal pensamento, acredito que felicidade e liberdade são o que constituem o ser humano e a moeda de troca que utilizamos para pagar nosso pacto de mediocridade coletiva. Acredito que podemos acordar desta ilusão, que todos queremos a felicidade e a liberdade de sermos felizes. Mas precisamos acordar os zumbis do meio dia. Precisamos acreditar na originalidade das crianças e descobriremos com elas como devemos criá-las. Que mundo elas desejam, que sociedade querem construir. Um jogo corporativo onde todos são vencedores, educar nossos filhos e ser educados por eles. Ser pai e mãe é um presente fantástico, a oportunidade de reeditarmos a nossa própria condição de filhos, resgatar nossa originalidade perdida, educar para o novo, o desconhecido o original o vir a ser. Que sociedade linda podemos começar agora se estivermos dispostos a nos desapegar do que não serve mais e enxergamos que o preço tem sido muito alto. O nosso medo foi construído ele não tem razão de ser.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Seminário Eco-nomia Cotidiana

Informações de que a situação do planeta vai mal e tudo graças ao nosso atual “modus vivendi” não param de chegar. Resta-nos a dúvida de como podemos contribuir para a solução desse problema. Às vezes quando a dúvida já foi solucionada falta a fé, a vontade de colocar as mãos e a criatividade à obra. Gostaríamos agora de compartir conhecimentos de anos de reflexão e pesquisa para diminuir no cotidiano o impacto ambiental de nossas vidas que resultaram em muitas idéias, mudanças de hábitos, alternativas e receitas. Conhecimentos que não se adquirem em um livro ou em uma faculdade, só na vivência e na reflexão do dia-a-dia. Vemos que está no cotidiano de cada pessoa, na união destas pequenas mudanças grande parte da solução que esse tempo precisa. Propomos esse seminário para juntos descobrirmos novas formas de realizar as atividades do dia-a-dia levando em conta a própria saúde (física e psicológica), a saúde de outras pessoas e seres e a saúde do ambiente, do planeta.







Serviço:





Investimento: Gratuito





Data: 8 de agosto de 2008





Hora: 19 horas





Local: CePESI – Centro Público de Economia Solidária de Itajaí





Endereço: Rua Lauro Müller, 39 – Centro – Itajaí

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Manifesto ciclista


Manifesto Ciclista

por Fabio Veronesi



Vários ciclistas são feridos e mortos todos os dias no trânsito de nossas cidades. A necessidade de combater esse fato é clara para quem respeita qualquer vida.
Mas não é de qualquer vida que falamos.
Percebam que todos tem necessidade de transportar-se cotidianamente. As atividades da vida – estudar, trabalhar, comprar, passear, etc. – exigem transporte. Transporte é uma necessidade básica da vida moderna tão importante quanto água encanada e eletricidade. Então, de uma forma ou de outra, todos vão ter que se transportar.
Em cima de uma bicicleta trafega uma pessoa que optou por utilizar energia própria para se transportar. Alguém que, pelo menos naquele momento, não está contribuindo com a grande obra da raça humana de transformar cotidianamente bilhões de litros de petróleo em toneladas de monóxido de carbono emitidas na atmosfera.
Essa pessoa está diminuindo os gastos com saúde pública porque combate a “falta de exercícios físicos regulares”, apontada como a principal causa dos males modernos, como infarto, derrame, diabetes, câncer, estresse, depressão, etc, etc., etc. O ciclista é alguém que coloca em prática a tão falada utilização da biomassa como fonte de energia, diminuindo estatísticas que apontam cerca de 40% da população com excesso de peso por ingerir muito mais energia do que gasta.
A pessoa que passa andando na rua de bicicleta é alguém que está fazendo bem ao mundo e a si mesma. Com esforço próprio combate a poluição e o aquecimento global na prática, sem discursos panfletários, sem levantar bandeiras, sem querer impor nada a ninguém, ela está contribuindo para melhorar o ar que todos respiram hoje e o clima do planeta para as futuras gerações.
Diante desse entendimento percebe-se o quanto é inconcebível que um outro ser humano, num automóvel, simplesmente atropele um ciclista. Recentemente acompanhei de perto um caso em que um caminhão ao ultrapassar uma bicicleta encostou com a roda da frente no guidão, derrubando a ciclista – uma jovem de 23 anos - e passou por cima dela com a roda de trás, resultando em morte instantânea. É um absurdo!
Mas, atenção motoristas! isso não é uma declaração de guerra. Pelo contrário: é de paz! Porque a idéia é que todo mundo possa deixar seu carro em casa quando sentir vontade e possa andar de bicicleta sem colocar sua vida em risco. Também acredito, como ciclista, que nenhum motorista quer nos atropelar. Então o que há de errado? Por que isso, infelizmente, acontece diariamente?
A resposta exige que paremos para pensar um pouco. A quem interessa uma política e uma cultura que prioriza as vias de transporte para veículos automotores? Qual será a influência da indústria automobilística nas decisões dos governos e conseqüente direcionamento de recursos para infra-estrutura que atende a nossa necessidade de transporte? E no inconsciente coletivo das pessoas? Já parou para pensar que, desde que você começou a assistir televisão na sua vida, você vê quase todos os dias uma propaganda de carro? Que a idéia de que “quanto mais for feito pelo automóvel, melhor” é um consenso forçado pela mídia e pelas instituições financeiras, alegando que a economia do país irá parar se a indústria automobilística diminuir sua sempre crescente demanda de consumo?
Com propostas simples e baratas pode-se aumentar consideravelmente as condições de segurança do ciclista e se promover o incentivo ao uso da bicicleta, como a construção e reforma de acostamentos, instalação de placas de sinalização, criação de ciclofaixas e ciclovias, construção de bicicletários em terminais de ônibus, trem e metrô, campanha publicitária de conscientização de motoristas de ônibus e caminhões, etc.
Pesquisas indicam que oitenta por cento dos percursos feitos no transporte de pessoas por veículos automotores dentro das grandes cidades são, em média, de menos de sete quilômetros. Um ciclista amador, sem muito preparo físico, percorre essa distância no máximo em meia hora. Ou seja, a imensa maioria das pessoas pode prover seu transporte diário utilizando somente a bicicleta, gastando de uma hora à uma hora e meia de seu tempo por dia. Centenas de pessoas já gastam essa energia em academias de ginástica, andando em esteiras ou pedalando em bicicletas ergométricas! Milhares de pessoas já perdem esse tempo presas em seus automóveis enfrentando engarrafamentos.
Será que existe algum temor dos governos ou das indústrias automobilísticas em se implantar uma eficaz política de utilização da bicicleta como meio de transporte cotidiano? Será que é por isso que não se sensibilizam com os acidentes, que não se cria uma jurisprudência de punição aos casos de atropelamento, que, apesar de sempre reafirmarem o discurso de favorecimento às massas menos privilegiadas, os políticos não efetuam obras mínimas que iriam beneficiar principalmente os que tem poucos recursos e querem se transportar da maneira mais econômica que existe, sem depender de ninguém? Será que só quem tem carro pode ter a sensação de valorização que sente quem sai da porta de sua casa e chega na porta de seu destino utilizando meio de transporte próprio? Será que a bicicleta não seria uma ótima opção para os pais irem buscar seus filhos na escola, melhorando o trânsito na frente das escolas e aproximando pais e filhos pelo prazer de andar de bicicleta? E para ir de casa para o trabalho, para escola ou para fazer compras?
A bicicleta não atrapalha o automóvel na ocupação de espaço nas ruas e avenidas. Pelo contrário. Lembrando que de uma forma ou de outra todos tem que se transportar, conclui-se que cada motorista que deixa seu carro em casa e sai de bicicleta abre espaço nas ruas, tanto quanto é a diferença entre o espaço que ocupa um automóvel e uma bicicleta. Se centenas, milhares de pessoas fizerem essa opção, o espaço aberto será enorme, muito maior do que aquele que se consegue gastando fortunas do dinheiro público com ampliações de avenidas e construção de elevados. Considerando-se as pessoas que não tem automóvel e decidem trocar a humilhação a que o transporte coletivo as submete pela dignidade de se auto-transportar de bicicleta, seria razoável afirmar (supondo a média diária de passageiros por viagem e o fato de muitas pessoas utilizarem duas conduções para chegar a seus destinos) que a cada trinta pessoas que fizerem essa opção se tornará desnecessária a circulação de um ônibus. Podemos considerar ainda, o enorme ganho de espaço gasto nas ruas com o estacionamento dos automóveis que ficariam em suas garagens.
Assim como acontece com o espaço na malha viária, a bicicleta não concorre com o automóvel na ocupação de espaço no mercado consumidor, prejudicando a economia. Pelo contrário. O incentivo ao uso da bicicleta abre um novo e promissor mercado de trabalho, na indústria, no comércio e nas microempresas caseiras abertas como oficinas de manutenção. O automóvel é uma invenção humana maravilhosa que sempre vai ter seu lugar e sua necessidade. Se você tem condições de comprar e manter um automóvel, ótimo! Mas, que tal poder sair de casa de bicicleta um dia ou outro? Ou saber que seu filho pode andar de bicicleta pelas ruas sem correr perigo de vida? Que tal economizar um pouco dos gastos mensais com combustível, fazer bem à própria saúde e preservar seu automóvel? Está com preguiça de andar de bicicleta hoje? Ótimo, vá de automóvel! E se houverem vários ciclistas nas ruas, o trânsito estará, sem dúvida, melhor para você trafegar com seu veículo.
E mesmo que não seja o caso de economizar. Vamos supor que você seja uma das pouquíssimas pessoas que tem recursos para comprar e manter um, dois, três automóveis. Ótimo! Parabéns para você. Isso sem dúvida é resultado de esforço seu ou das pessoas próximas a você. Mas, as condições financeiras que permitem essa posse também permitem um maior desenvolvimento da capacidade de reflexão e visão do mundo e dos motivos que o levam a estar como está. Permite perceber, por exemplo, que a Guerra do Iraque está totalmente associada ao petróleo. Que o poder que o petróleo tem é dado por nós quando o consumimos e quanto mais o consumimos mais poder ele tem. Que o petróleo é um recurso natural finito, demorou milhares de anos para maturar-se no subsolo e estamos consumindo-o desenfreadamente, pouco nos importando com as próximas gerações, nem em termos da sua sobrevivência energética, nem em termos das condições ecológicas que preparamos para elas. Que estamos, com isso, imitando e obedecendo diretrizes de consumo, não só de petróleo como de tudo mais, impostas pela mesma linha ideológica que não assina o Protocolo de Kyoto para não diminuir a marcha sempre crescente da sua economia. Acho difícil para uma pessoa esclarecida não perceber que, no fim das contas, quem está sendo consumido compulsivamente é o próprio Planeta Terra. Respeitar o ciclista que anda nas ruas significa associar-se a ele na luta contra tudo isso. Nesta revolução não é necessário que todos andem de bicicleta, mas é necessário que todos contribuam para melhorar as condições de segurança de quem quer andar de bicicleta.
Há pessoas que andam de bicicleta por falta de opção financeira e há pessoas que andam de bicicleta por absoluta opção ideológica! A questão é de mudança cultural, revolução de costumes. Não é mais tempo de pegar-se em armas para fazer revolução. Ninguém quer ver a si, aos amigos ou parentes, preso, morto, sumido ou torturado. O que fazer, então, se a necessidade de fazer alguma coisa contra esse estado de coisas nasce clara na alma das pessoas, principalmente dos jovens, que não tendo como dar vazão a essa ânsia, transformam-se em rebeldes, direcionando sua revolta para o vandalismo e o banditismo? A bicicleta é uma revolução social, econômica, política e ideológica possível aqui e agora!
Quando vejo nas grandes avenidas das grandes metrópoles, centenas de automóveis indo na mesma direção, a grande maioria com apenas um ser humano dentro, com sua atenção tomada pela responsabilidade de dirigir, caminhando lado a lado com outros seres humanos hermeticamente isolados uns dos outros dentro de suas “caixinhas” móveis sem se comunicar, penso no quanto isso poderia ser diferente. Existem tantas outras possibilidades mais interessantes, mais socializantes, mais prazerosas, mais econômicas e menos poluidoras para atender a necessidade humana de transporte. Se tivéssemos dado prioridade a um sistema de transporte coletivo bom, confortável e de preço razoável, poderíamos ter direcionado os recursos gastos na construção e manutenção da imensa malha asfáltica para a construção de uma imensa malha ferroviária e metroviária. Mas, infelizmente, estamos no mundo do “se”, quando falamos de transporte coletivo decente. Temos, então, que usar de criatividade para acharmos uma opção de transporte mais prazerosa, socializante, econômica e menos poluente com as condições que temos! Temos o que temos e não adianta apontar o dedo sempre para o “sistema”. A bicicleta é uma possibilidade real de começarmos a agir já! Já existe legislação, já existem ruas, avenidas e estradas, já existem bicicletas e já existe a necessidade urgente de fazermos alguma coisa para melhorar as condições de vida humana neste planeta para nós e para as futuras gerações.
A bicicleta é um invento da mesma geração que inventou o automóvel. Ambos veículos desenvolveram suas tecnologias ao longo do séc. XX. A principal diferença entre eles é a questão energética, no que diz respeito ao rendimento dessas máquinas e na sua fonte de energia.
Cerca de 85% da energia consumida por um automóvel é gasta para transportar a ele mesmo.
Durante milhões de anos de evolução o ser humano foi desenvolvendo e aprimorando a capacidade de se equilibrar e deslocar sobre dois apoios, até se tornar o animal de melhor rendimento em toda natureza no que diz respeito ao gasto de energia para deslocamento sobre a superfície terrestre. Foi andando que o ser humano se espalhou pelos quatro cantos do mundo. É óbvio que não somos os que atingem maior velocidade, mas somos os animais que menos gastam energia – andando gastamos somente 0,75 calorias por grama de peso por quilômetro percorrido, num tempo médio de dez minutos. A bicicleta é uma invenção que utiliza esse movimento humano típico e super-especializado de empurrar o chão para baixo e para trás a que chamamos “andar”, para gerar energia em um veículo de transporte. Andando de bicicleta o ser humano se torna o animal de maior rendimento e desempenho, atingindo índices inimagináveis para qualquer outra máquina ou estrutura biológica – gastamos somente 0,15 calorias por grama de peso por quilômetro percorrido, o que fazemos num tempo médio de 3 minutos. Um casamento perfeito entre biologia e tecnologia.
Na bicicleta dependemos de energia própria, não há, portanto, concorrência entre as pessoas que buscam transportar-se, pelo contrário, ao nos unirmos com outros seres humanos ganhamos incentivo para ir mais longe.
O automóvel depende de energia externa, limitada e não-renovável, o que gera concorrência entre os que dela dependem. O automóvel é um dos melhores símbolos físicos da ideologia capitalista. Os slogans de suas propagandas trabalham sempre com termos como mais potente, mais veloz, maior em sua categoria, mais econômico, mais bonito, mais robusto, mais confortável, etc., etc., etc.
A modernidade diminuiu o tempo de comunicação e de transporte. Criou-se uma falsa ilusão de que esse movimento tem que ser sempre crescente para ser melhor. Estamos nos entupindo com veículos velozes que não tem espaço para andar. Chegamos a um ponto em que um veículo menor em tamanho e velocidade, como a bicicleta, tem melhores condições de se locomover e gasta menos tempo.
Poucos sabem ou se lembram que o código brasileiro de trânsito, assim como a maioria das legislações sobre o trânsito no mundo todo, determina que o automóvel dê preferência à bicicleta nas ruas e avenidas. Ou que a distância mínima, prevista pela lei, para ultrapassar uma bicicleta é de 1,5 metros e caso não haja condições de ultrapassagem respeitando essa distância mínima, o automóvel deve aguardar, pois a bicicleta não pára o trânsito, ela é o próprio trânsito naquele momento. Na grande maioria das ruas a bicicleta trafega em velocidade acima da mínima legalmente permitida para os próprios automóveis (que é exatamente a metade da máxima apontada nas placas). Quero dizer com isso que as condições legais para utilização da bicicleta já estão garantidas. Trata-se mais de começarmos a respeitá-las, de criarmos uma cultura onde a bicicleta tenha seu espaço assegurado, do que ficar lutando contra governos ou esperando soluções dadas por alguém externo a nós.
Agora, que não se iludam os que querem começar a utilizar a bicicleta para transportar-se: vão entrar numa guerra! Uma guerra que já está sendo travada nas ruas e que deixa centenas de mortos e feridos todos os dias. Não uma guerra contra os motoristas e os automóveis (repito), mas uma guerra contra uma ideologia. Andar de bicicleta é lutar contra um sistema que associa respeito a posse e exibição. Lutar através de atitude própria, pela ação direta, cotidiana, pelo ato de pedalar em si, pela força da humildade num mundo de ostentação.
Como em toda guerra, a sobrevivência depende das estratégias que elaboramos. O ciclista deve se equipar com tudo que possa diminuir a possibilidade de acidentes e que esteja ao seu alcance providenciar: espelho retrovisor, reflexivos e iluminação pisca-pisca para noite, capacete, buzina, etc. Não adianta bater de frente com os automóveis, mas deve-se ocupar o espaço que é do ciclista, porque ele existe e é um direito seu ocupá-lo. O ciclista também paga os impostos que construíram e que fazem a manutenção da malha asfáltica.
O ritmo frenético do trânsito nas grandes cidades é mais uma mania do que uma necessidade. Uma mania que acaba custando muito mais, não só em acidentes como no próprio estresse que gera, do que o pouco tempo que se economiza com isso. O aumento da circulação de bicicletas nas ruas pode baixar um pouco esse ritmo alucinante que está a serviço de quem associa tempo a dinheiro e não à vida. Cabe a bicicleta trazer mais humanidade ao trânsito, andar numa velocidade em que se possa ver as pessoas e as coisas do mundo, sem tratá-las como externas a nós.
A luta do ciclista é contra a ideologia que dá prioridade máxima ao automóvel - a locomotiva histórica do sistema capitalista. Mas, apesar de estarmos lutando contra um sistema econômico-social, são as pessoas, influenciadas pela educação e adaptação ao modo de pensar desse sistema que tomam as atitudes cotidianas que enfrentamos no trânsito. De certa forma, não existe esse tal “sistema”. Ou seja, ele existe através das atitudes das pessoas. A ideologia do sistema, o conjunto de idéias compartilhadas, é imposto pela educação e depois é mantido como verdade aceita através de muita propaganda. Mas... como tratam-se de atitudes pessoais, de individualidades representando o sistema, de seres humanos repetindo padrões de conduta, esse sistema pode ser modificado também por atitudes, pelo exemplo contrário ao estabelecido.
Os ciclistas que enfrentam hoje o trânsito das cidades são pioneiros abrindo o espaço para o futuro. Foi-se o tempo em que a rebeldia revolucionária era representada pela moto. Ciclismo é sinônimo de saúde e juventude, indiferentemente da idade. A melhor estratégia para essa luta é conseguir mostrar o quanto é bom andar de bicicleta. Criar uma irmandade entre todas as pessoas que andam de bicicleta. Ciclistas devem se cumprimentar quando se cruzam nas ruas, deixar extravazar o prazer que estão sentindo invadidos por endorfinas criadas pelo esforço físico e pelo andar numa velocidade em que se pode admirar a paisagem e as pessoas. A revolução ciclista é lúdica! A bicicleta é um brinquedo de criança que se transforma em prazer e opção de transporte para o adulto.
Existem muitos motoristas e muitos momentos propícios ao descuido com a bicicleta no trânsito, à sua não consideração. E basta um momento desses para levar a vida do ciclista embora. Sendo assim, o cuidado do ciclista consigo mesmo, deverá ser maior do que o normal. Porque é normal um automóvel entrar à direita e fechar a passagem da bicicleta; é normal um motorista se irritar por não conseguir ultrapassar rapidamente um ciclista; é normal que numa pista simples de mão dupla uma motocicleta ultrapasse perigosamente um automóvel e não considere o fato desse automóvel estar ultrapassando uma bicicleta e é normal que o motorista dê espaço à motocicleta e feche a passagem da bicicleta; é normal muitos motoristas em muitos momentos cotidianos, estarem distraídos no trânsito e nem enxergarem a bicicleta.
O desejo de maior cuidado do ciclista consigo mesmo se alimenta do aumento de sua auto-estima ao estar pedalando. Ele deve se lembrar que é um revolucionário revolucionando a cada volta das rodas de sua bicicleta sobre o chão, os costumes e as atitudes, no sentido de construir um planeta melhor para as futuras gerações. Quem deve ter a maior consciência ideológica, ter orgulho de si e certeza da força de sua ação é, em primeiro lugar, o próprio ciclista.
Pelo código de trânsito, o lugar do ciclista é na mesma mão dos automóveis, à direita, procurando ceder espaço para ser facilmente ultrapassado. É exatamente essa a estratégia de ocupação do terreno: pelas beiradas do sistema estabelecido. Não importa a aparente desvalorização que esse lugar possa parecer ter no universo de potência e velocidade promovido pelas indústrias automobilísticas. Transportar-se movido por energia própria abre a possibilidade de satisfação pessoal fora da ostentação material e da competição. Também é lugar do ciclista o centro da pista ao perceber-se em velocidade equivalente à do fluxo de trânsito. E, finalmente, é lugar do ciclista ficar à esquerda dos automóveis ao ultrapassá-los - cena cada vez mais comum em engarrafamentos, além de ser o lugar certo de quem ultrapassa, evita ser pego por uma porta aberta de repente por um passageiro que vá descer.
Os automóveis devem dar preferência para o ciclista, não só porque isso está previsto no código, mas pela compreensão de que o ciclista gasta energia física e cada vez que se vê obrigado a parar, perde toda energia que gastou para chegar até aquela velocidade em que estava trafegando. As bicicletas devem ser ultrapassadas a uma distância segura, não só porque isso está previsto no código, mas porque seu movimento é oscilatório. Se o ciclista tentar andar em linha reta ele cai. A oscilação é intrínseca ao equilíbrio em duas rodas, quanto menor a velocidade maior a oscilação, exatamente como ocorre com o giro de um peão. Respeitar a distância de ultrapassagem é fundamental quando se entende que ao mais leve toque de um automóvel, o ciclista perde o equilíbrio e as conseqüências podem ser fatais. O motorista deve ter calma para ultrapassar um ciclista que trafega à sua frente porque o ciclista não está parado, mas andando em velocidade menor. E sempre haverá um veículo à frente trafegando em velocidades menores, sejam caminhões, ônibus ou carros e se o motorista for ter um colapso nervoso cada vez que alguma coisa diminui sua marcha ou que gasta um pouco de tempo para ultrapassar de forma segura, ele vai acabar louco!
Lugar de bicicleta não é na calçada, como pensam equivocadamente algumas pessoas. Calçada é para pedestres. Lugar de bicicleta é na rua! As ruas e avenidas, cobertas de asfalto – subproduto de petróleo, são o palco da revolução ciclista. As bicicletas podem e devem ocupar as ruas e avenidas, quanto mais melhor. As bicicletas podem e devem ocupar as estradas, quanto mais melhor. Existem milhares de jovens cheios de energia, com muito desejo de viajar, conhecer lugares, mas sem viabilidade financeira para tal. Retirados os custos de transporte e estadia sobram basicamente os de alimentação diária que existem estejamos onde for. Pensem na mistura desses ingredientes: bicicleta, com bagageiro e alforjes (ou mochilas velhas amarradas), barraca, saco de dormir, um kit de manutenção básica (que cobre 90% das encrencas que podem ocorrer) com câmera de pneu, bomba, um pequeno jogo de ferramentas, uma corrente e óleo lubrificante, um mês de férias e um grupo de amigos! Uma viagem de bicicleta, onde percorremos cerca de 100 Km por dia, que permite montar um roteiro interessante em todas as direções que se deseje ir, pode ser cumprido numa média diária de 5 horas pedalando por qualquer ciclista amador que ande de bicicleta nos fins de semana ou já esteja pedalando pela cidade há algum tempo. Manter uma velocidade média de 20 Km/h numa estrada asfaltada, não requer grande esforço e é considerada bem baixa por quem viaja sempre de bicicleta. O condicionamento físico vai crescendo, junto com o prazer, na própria viagem. Na verdade numa viagem assim não se priorizam as metas de distância, fica-se onde quiser, por quanto tempo for. Andando de bicicleta, a velocidade permite admirar detalhes da paisagem que são perdidos por quem viaja de carro. Viajar de bicicleta é delicioso! E atenção comerciantes de pequenas cidades e de beira de estrada de todo Brasil, viajar de bicicleta dá uma fome! E mais: deu qualquer problema, deu preguiça, acabaram as férias e você está a centenas de quilômetros de casa? – basta pegar um ônibus e colocar a bicicleta no bagageiro. Quando chegar em sua cidade, já tem condução própria da rodoviária até sua casa.
É importante destacar que a maioria das pessoas acha que o problema de segurança da bicicleta se resolve com a construção de ciclovias. Acontece, porém, que apesar de serem muito bem vindas (principalmente para servir de espaço seguro para os novos ciclistas adquirirem preparo físico, o que ajuda muito no enfrentamento do trânsito nas ruas) por serem oásis de tranqüilidade, não são somente ciclovias que queremos! Porque toda ciclovia sempre acaba numa rua e, se não houver uma cultura de convivência pacífica entre bicicletas e veículos automotores, vai ser ali, na rua, que o acidente vai acontecer. Não são somente ciclovias que queremos porque não podemos e não precisamos esperar a boa vontade de governos que estão submissos à força econômica da indústria automobilística para iniciarmos nossa revolução cotidiana. Não precisamos!
Cerca de 20% da população tem a possibilidade de comprar e manter automóveis, mas 100% da população é afetada pelo direcionamento da arquitetura urbana para priorização do trânsito de automóveis e todos pagam os impostos que constroem as vias por onde eles transitam. A bicicleta é uma forma de democratizar a malha asfáltica, diminuir essa diferença.
A experiência européia, onde se encontram os países que tem o maior número de ciclovias do mundo, nos mostra que a construção de ciclovias não diminuiu muito o número de acidentes entre automóveis e ciclistas que acontecem nas ruas.
A experiência da China, onde se encontra o maior número de bicicletas andando nas ruas e onde o índice proporcional de acidentes entre automóveis e bicicletas é o menor do mundo, nos prova que não só a convivência harmoniosa nas ruas é possível como faz muito bem para economia de um país. Mostra também que num país onde muitos andam de bicicleta o mercado de automóveis se mantém aquecido.
Da China veio o conceito de “Massa Crítica”. Nasceu da observação de um fenômeno que ocorre com o fluxo das bicicletas nos cruzamentos. Ao chegar a um cruzamento, caso o fluxo esteja aberto para via que se deseja entrar, a bicicleta que chega, pára e espera. Outras bicicletas vão chegando e parando, formando uma massa de espera. Quando essa massa atinge um ponto crítico, ou seja, quando o volume de bicicletas paradas supera as que estão em trânsito, a “massa crítica” formada invade a via principal e estabelece uma nova ordem de fluxo. Quando a massa formada pelas bicicletas que vinham no outro sentido e passaram a esperar, chega também ao seu ponto crítico, inverte novamente a ordem de fluxo. E assim por diante. Esse fenômeno é auto-gerido, acontece naturalmente.
Transcendendo o conceito, o termo “Massa Crítica” ou “Critical Mass” dá, hoje, nome ao movimento mundial que busca unir a força de todos os ciclistas na formação de uma grande massa crítica (acrescendo ao significado: pessoas com opinião crítica sobre a situação gerada pelo consumo alucinante de petróleo) que está invadindo naturalmente as ruas do mundo inteiro.
O movimento de formação da Massa Crítica é, até que enfim, a esperança de um mundo melhor construído com ações diretas. O resgate do orgulho pessoal de estar fazendo algo concreto contra o sistema capitalista, mas sem gerar violência. Enfim, uma possibilidade real de revolução social se concretizando a cada revolução da roda de uma bicicleta. A opção possível de transformar a revolta contra o aquecimento global e a devastação consumista do nosso planeta em atitude, saúde e prazer.
A bicicleta é, sem dúvida, o veículo do séc. XXI. Nós só estamos no começo dessa história.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Agenda Cultural - Triambakam e CePESI - Julho



Agenda cultural Triambakam – Terapias e Artes
e
CePESI (Centro Público de Economia Solidária de Itajaí)

Palestra sobre Sincronário Maya

com Jomar Milioli Goudinho

Sincronário Maya, Calendário Maya ou Calendário da Paz designa a forma de contar e administrar o tempo utilizado pelo antigo povo maia que viveu onde é hoje a América Central. Diz-se que eram remanescentes do povo de Atlântida. Tão evoluída era sua percepção dos ciclos da natureza que seu “calendário” abrangia lua, sol, a constelação de Plêiades e o Sol Central. O Calendário gregoriano abrange somente o sol e é resultado de guerras e de egos (motivo pelo qual existem meses com 28, 29, 30 e 31 dias). Utilizando o Sincronário Maya como já diz o nome nos sitonizamos com a natureza e seus ciclos, cada dia tem uma energia, cada pessoa tem uma energia conforme a data de nascimento. É um pouco desse instrumento de percepção e sintonização com a natureza universal que será explanado no dia 3 de julho por Jomar Milioli Goudinho que já morou em comunidades onde viveu o dia a dia baseado no Sincronário Maya e viajou pelo Brasil difundido-o como uma forma de harmonização das pessoas consigo, com os outros e a própria Terra e Universo. É também chamado Calendário da Paz porque propõe a mudança do paradigma “Tempo é Dinheiro” para “Tempo é Arte”.

Serviço:

Investimento: Entrada gratuita
Data: 3 de julho de 2008
Hora: 19 horas
Local: CePESI – Centro Público de Economia Solidária de Itajaí
Endereço: Rua Lauro Muller, 39 – Centro – Itajaí

Cine Público

Na estréia do Projeto Cine Público será apresentado o filme “La Belle Vert” – A Bela Verde. A proposta do projeto é trazer à público obras da sétima arte que sucitem reflexão sobre nossa atual forma de vida e/ou que proponham alternativas as dificuldades que encontramos hoje para vivermos em maior harmonia, como é a Economia Solidária.
“La Belle Vert” é um filme francês de 1996, dirigido por Coline Serreau. O Filme que é uma raridade no Brasil é uma visão sensível e bem humorada à nossa atual sociedade. Conta a estória da visita à Terra de uma extraterrestre vinda de um planeta que já passou pela fase que passa a Terra agora, à milhares de anos.
É uma crônica divertida, mas profunda, sobre a caótica população da Terra. Com legendas em português (99 minutos).



Para espiar: http://www.youtube.com/watch?v=ctrCp52GxBM

Serviço:
Investimento: Gratuito
Data: 4 de julho de 2008
Hora: 19 horas
Local: CePESI – Centro Público de Economia Solidária de Itajaí
Endereço: Rua Lauro Muller, 39 – Centro – Itajaí

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Colorindo a alimentação


As cores dos alimentos são determinadas pela presença dos pigmentos. Estas substâncias, além de colorir desempenham, frequentemente, papéis importantes na prevenção e na proteção do organismo contra doenças infecciosas. Uma dieta colorida tem mais chances de ser mais saudável.Veja o que está por trás das cores dos alimentos.

- Alimentos Brancos

Os alimentos de cores brancas como o leite, queijo, couve-flor, batata, arroz, cogumelo e banana são as melhores fontes de cálcio e de potássio. Estes minerais são importantes para o funcionamento do organismo, porque: 1.Contribuem na formação e manutenção dos ossos. 2.Ajudam na regulação dos batimentos cardíacos. 3.São fundamentais para funcionamento do sistema nervoso e dos músculos.

- Alimentos Vermelhos

O licopeno é uma substância que age como antioxidante e é responsável pela cor vermelha do morango, tomate, melancia, caqui, goiaba vermelha, framboesa, cereja. Mais recentemente foi apontado como um protetor eficaz contra o aparecimento de câncer de próstata. Os alimentos vermelhos contêm, ainda, antocianina que estimula a circulação sangüínea.

- Alimentos Amarelos

O mamão, a cenoura, a manga, a laranja, a abóbora, o pêssego e o damasco são alimentos de cores amarela ou alaranjada que são ricos em vitamina B-3 e ácido clorogênico. São substâncias que mantêm o sistema nervoso saudável e ajudam a prevenir o câncer de mama. Para completar, eles também possuem beta-caroteno, um antioxidante que ajuda a proteger o coração.

- Alimentos Arroxeados

Os alimentos azulados e arroxeados, como a uva, a ameixa, o figo, a beterraba ou repolho-roxo contêm ácido elágico, substância que:1.Retarda o envelhecimento. 2.Neutraliza as substâncias cancerígenas antes mesmo delas alterarem o código genético - Alimentos VerdesOs alimentos de cor verde como os vegetais folhosos, o pimentão, o salsão e as ervas contêm clorofila e vitamina A, substâncias com os seguintes efeitos: 1.Desintoxicam as células. 2.Inibem os radicais livres — substâncias que danificam as células e causam doenças com o passar do tempo. 3.Tem efeito anticancerígeno e ajudam a proteger o coração. 4.Protegem o cabelo e a pele.

- Alimentos Marrons

As fibras e vitaminas do complexo B e E são, principalmente, encontradas nas nozes, aveia, castanhas e cereais integrais, que por sua vez tem uma cor marrom. Tais substâncias e nutrientes têm importâncias vitais no organismo:1.Melhoram o funcionamento do intestino. 2.Combatem a ansiedade e a depressão. 3.Previnem o câncer e as doenças cardiovasculares.

Três olhos do Senhor Shiva


Espaço Terapeutico Triambakam - Terapias e Artes

"TRYAMBAKAM - A palavra TRYAMBAKAM, Refere-se aos Três olhos do Senhor Shiva. “TRY” é o mesmo que “Três” e “AMBAKAM” quer dizer “olhos”. Alguns pronunciam esta palavra como TRAYAMBAKAM, e o significado é o mesmo, "TRAYA" quer dizer "triplo". Estes três olhos ou fontes de iluminação, são representados pela Trimurti de Brahma, Vishnu e Shiva e “AMBA” também tem uma referencia à Mãe ou Shakti e "KAM" que refere-se ao Bom e Correto. Shakti é a Mãe divina manifestada, mas é também representada pelas consortes de Brahma, Vishnu e Shiva; que são: Saraswati, Lakshmi e Parvati. Assim, quando pronunciamos, as palavras: OM TRYAMBAKAM, nós estamos manifestando a Presença de Deus, como Onisciente (Brahma), Onipresente (Vishnu) e Onipotente (Shiva). O termo “Três olhos” significa a mais pura e profunda consciência do universo que impregna e transcende o tempo no presente, no passado e no futuro."